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Ex-coroinha conta como padre o abusava: "Disse que Deus concordava"

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Um jovem de 22 anos trouxe à tona na última semana informações chocantes sobre abusos que sofreu de um padre enquanto era coroinha de uma paróquia.

Ex-coroinha Lucas Grudzien.
Ex-coroinha Lucas Grudzien.

Lucas Grudzien, na época com 15 anos, servia em uma igreja católica no Guarujá, litoral de São Paulo.

“Fui batizado ainda bebê, com nove anos fiz a primeira comunhão e aos 12 anos comecei a fazer o curso para ser coroinha. Essa foi a época em que o padre Felipe se formou e passou a atuar na paróquia que eu frequentava, a Paróquia Senhor Bom Jesus”, conta o jovem ao G1.

Os abusos teriam começado quando o padre Edson Felipe Monteiro Gonzalez foi até a casa do jovem e pediu aos pais do rapaz que deixassem ele trabalhar na secretaria da diocese.

“Antes disso, eu já servia com ele no altar, mas ele nunca tinha feito nada, apenas algumas perguntas sobre a minha intimidade. Mas, com o tempo, ele começou com uma aproximação maior. Me perguntava se eu já tinha beijado alguém e falava que eu deveria experimentar ficar com menino também. Só que como ele era padre, nunca me passou pela cabeça que ele faria algo comigo”, lembra.

Lucas disse ainda que um ponto mais íntimo entre eles surgiu quando o padre o chamou para assistir a um filme na casa do religioso.

“Ele me chamou para assistir um filme com ele. Eu fui. Ele pediu para eu me sentar ao lado dele, momento que colocou a minha cabeça no colo dele e começou a passar a mão pelo meu corpo, acariciando. Fiquei muito assustado, não sabia o que fazer”, conta.

Segundo o jovem, o padre afirmava que Deus sabia sobre a relação dos dois e a aprovava.

“Sempre que acabava o ato ele dizia que Deus sabia o que estava acontecendo e que concordava. Ele também falava que ninguém podia saber disso. Cheguei a tentar me matar”, recorda-se.

O Ministério Público de São Paulo não chegou a oferecer denúncia na época, pois o jovem já tinha 15 anos, e segundo a legislação brasileira só é considerado estupro de vulnerável até os 14 anos.

Mas Lucas entrou com uma ação cível, pedindo reparação à Igreja Católica pelos danos sofridos. A ação tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo.

A Diocese de Santos, responsável pela paróquia, afastou o padre de suas funções sacerdotais, e disse que ele está suspenso por 5 anos, até que seja novamente julgado pela igreja, que decidirá se ele poderá voltar ou não às suas funções.

A defesa do padre afirmou em nota que o cliente é inocente, e que o próprio Ministério Público reconheceu isso.

“O Ministério Público instaurou inquérito e apurou que não havia nenhum indício de cometimento de crime, portanto, não deveria haver ação penal. O inquérito foi arquivado e o caso foi extinto”, declarou.

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