Deputada federal pede medidas legais contra pastor André Valadão por fala polêmica em culto- Foto: Lagoinha Orlando
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) fez uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) nesta segunda-feira (03/07), contra o pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha. A denúncia foi motivada por declarações feitas por Valadão durante um culto no último domingo, realizado em Orlando, no estado americano da Flórida, e transmitido pelas redes sociais.
Segundo a deputada, o pastor sugeriu que os fiéis matem membros da comunidade LGBTQIA+.
“É importante trazer essa denúncia para que as autoridades possam avaliar a gravidade das palavras proferidas pelo pastor e tomar as medidas necessárias para coibir qualquer incitação ao ódio e à violência”, afirma Erika Hilton.
Essa não foi a primeira vez que Valadão fez declarações polêmicas. No início de junho, durante um culto com o tema “Deus Odeia o Orgulho”, realizado na Flórida, o pastor já havia feito “incitações ao ódio”, segundo a denúncia anteriormente feita por Erika Hilton. Essa nova denúncia levou à abertura de um Procedimento Investigatório Criminal.
“Infelizmente, essa não é a primeira vez que o pastor André Valadão faz comentários prejudiciais à comunidade LGBTQIA+. É importante que a justiça analise esses discursos e tome as devidas providências para combater a disseminação do ódio”, enfatiza Hilton.
O documento assinado pela deputada destaca a preocupação diante das palavras do pastor, independentemente do contexto em que foram ditas, ressaltando que o Brasil é um dos países com maior índice de violência e assassinatos contra pessoas LGBTQIA+ no mundo.
Na avaliação de Erika Hilton, o pastor cometeu incitação ao crime e solicita que Valadão seja orientado a suspender a circulação nas redes sociais das manifestações por ele realizadas, devido ao caráter criminoso evidente de seu conteúdo.
A deputada pediu a prisão do líder religioso, e sinalizou que “a gravidade da situação também aponta para Justiça brasileira a necessidade de um posicionamento institucional a respeito das declarações reiteradamente LGBTfóbicas feitas por André Valadão, que age no sentido de instigar seus fiéis a terem e manifestarem o ódio contra representantes da comunidade LGBT”.
Em resposta às acusações, Valadão se defendeu nas redes sociais, alegando que estava citando um trecho bíblico durante o culto. Segundo ele, a referência era ao livro de Gênesis, quando Deus destruiu a humanidade após o dilúvio devido à promiscuidade sexual e libertinagem.
O pastor esclareceu que sua intenção não era incitar a violência, mas sim transmitir a mensagem de que é responsabilidade da humanidade buscar a mudança e o recomeço.
“Eu uso o termo que está no livro de Gênesis, quando Deus a partir do dilúvio destrói toda a humanidade por causa da promiscuidade sexual, a libertinagem (…) Minha palavra deixa claro que os dias seriam como os dias de Noé. Mas a diferença é que Deus não tem como recomeçar a humanidade. Dentro disso, na minha pregação, deixo claro que cabe a nós puxarmos as cordas e a nós ‘resertamos’. Não digo nós matarmos, pelo amor de Deus, gente”, explica Valadão em um vídeo compartilhado nas redes sociais.
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