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“Homossexual tem reserva no inferno”: Após 4 meses, Justiça determina exclusão de vídeos de pastor americano

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Pastor estadunidense David Eldridge é alvo de investigação por discurso ofensivo contra a comunidade LGBTQIA+ - Foto: Youtube/Reprodução

A Justiça decidiu que os vídeos nos quais o pastor norte-americano David Eldridge afirma que a população LGBTQIA+ vai para o inferno devem ser removidos das redes sociais. A ordem é que as imagens sejam retiradas de todas as plataformas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil até o limite do valor da causa.

A fala que gerou a determinação judicial é a seguinte: “Todo homossexual tem uma reserva no inferno, toda lésbica tem uma reserva no inferno, todo transgênero tem uma reserva no inferno, todo bissexual tem uma reserva no inferno.”

Segundo o portal Metrópoles, a juíza Lívia Lourenço Gonçalves destacou em sua decisão que a divulgação desses vídeos, baseados em supostas interpretações religiosas que não refletem o espírito cristão, pode fomentar atitudes discriminatórias e violentas por parte dos fiéis contra pessoas LGBTQIA+, o que é inadmissível.

“A divulgação de vídeos do evento contendo o suposto discurso de ódio contra comunidade específica, baseadas em supostas interpretações religiosas que em grande parte também não refletem o espírito cristão, podem em tese fomentar atitudes discriminatórias e de violência por parte dos fieis contra pessoas integrantes da comunidade LGBT+, o que não se admite”, destaca na decisão.

PREGAÇÃO POLÊMICA NO CARNAVAL

Durante o Carnaval deste ano, no dia 19 de fevereiro, o evangelista e pastor norte-americano David Eldridge proferiu um sermão na UMADEB, um evento conhecido das Assembleias de Deus. No entanto, um trecho de sua pregação tem ganhado destaque nas redes sociais.

Em uma parte considerada polêmica do sermão, David Eldridge disse: “Você, moço, que está usando calça apertada, que é o espírito de homossexual: isso vai para o inferno! Você, moça, que quando sai de casa a saia está curta e apertada, você sabe o que está fazendo? Você tem uma reserva lá no inferno!”, enquanto um tradutor o acompanhava.

A fala foi traduzida por um intérprete e horas depois se tornou viral nas redes sociais. Apesar de o líder religioso ter pregado uma mensagem intensa e avivalista, ele foi criticado pela declaração polêmica.

O vídeo da transmissão, que estava publicado no canal da UMADEB, foi removido após a viralização da fala do pregador. Ainda não se sabe o motivo exato, mas há indícios de que o YouTube tenha decidido pela remoção após denúncias. Além disso, há fiéis que acreditam que a própria organização tenha realizado a remoção para evitar problemas futuros.

INVESTIGAÇÃO POR LGBTFOBIA

Mesmo com a retirada do conteúdo, as medidas tomadas não surtiram efeito. Um inquérito para apurar o caso foi aberto pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) da Polícia Civil do Distrito Federal.

A Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABFH) se uniram para solicitar a abertura do inquérito. Tanto o pastor quanto os responsáveis pela disseminação do vídeo poderão ser acusados de racismo na modalidade LGBTfobia, com pena que varia de dois a cinco anos de prisão.

A delegada-chefe adjunta da Decrin, Cyntia Carvalho e Silva, afirmou que também serão investigadas as pessoas responsáveis pela divulgação do vídeo na internet.

Além disso, o deputado distrital Fábio Félix (PSol), presidente da Comissão de Ética e Direitos Humanos da Câmara Legislativa, anunciou que iria apresentar uma representação ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e à Polícia Civil do Distrito Federal contra o pastor.

David Eldridge falou por cerca de 40 minutos para uma multidão durante o congresso, além de ter mais de 33 mil pessoas assistindo à transmissão no YouTube. Ele afirmou que homossexuais, transgêneros, bissexuais e drag queens têm “uma reserva no inferno”.

O religioso também declarou que prostitutas, pessoas que assistem a “coisas sexuais” na TV, mulheres que usam saias curtas e até homens que gostam de calças apertadas estão condenados ao inferno.

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