Um pastor evangélico e sua esposa foram presos na última quarta-feira (18/05), acusados de “conversões forçadas” em Karnataka, no sudoeste da Índia.
Kuryichan V., de 62 anos, e sua esposa Salenamma, de 57, foram presos depois que um grupo nacionalista prestou queixas à polícia, alegando que o pastor converteu à força 1000 trabalhadores das fazendas de café.
A prisão aconteceu um dia depois que o governador aprovou a Portaria do Direito à Liberdade Religiosa no estado. E segundo a polícia local, o casal de pastores foi enquadrado na Seção 295 do Código Penal Indiano. Na prática, a lei condena “atos deliberados e maliciosos, destinados a indignar os sentimentos religiosos de qualquer classe, insultando sua religião ou crenças religiosas”.
“Se o governo emitir uma notificação no diário, nós vamos acusá-los com a nova lei anticonversão”, disse um policial, segundo o Indian Express.
Um vídeo mostra membros do grupo invadindo a casa do pastor no distrito de Kodagu e viralizou nas redes sociais. “Nos diga, quantas pessoas você converteu? Quanto dinheiro você coletou e onde estão suas contas bancárias?”, perguntou um homem no vídeo.
O arcebispo de Bengaluru, Peter Machado, disse que o governo de Karnataka decepcionou a população cristã no estado. “A comunidade cristã se sente traída quando seus sentimentos não são levados em conta e seus serviços abnegados nas áreas de educação, saúde e outras áreas sociais para o bem-estar de todas as comunidades não são levados em consideração”, disse ele.
SOBRE A PORTARIA
A Portaria do Direito à Liberdade Religiosa de Karnataka foi aprovada pelo governador de Karnataka, Thawar Chand Gehlot, na terça-feira (17/05). O objetivo é evitar conversões com pena de prisão prevista de 3 a 10 anos.
Segundo a Portas Abertas, organização que apoia cristãos perseguidos no mundo, a Índia ocupa a 10ª posição na lista de países onde os cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo.
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