Mundo Cristão
Pastor da Igreja Batista celebra casamento gay em Salvador (BA)
Publicado
5 anos atrásem
Por
Tadeu RibeiroUm pastor evangélico causou frisson nas redes sociais após celebrar um casamento gay em Salvador (BA).
O caso aconteceu em maio, mas começou a repercutir de forma intensa nas redes sociais nas últimas semanas.
Trata-se do pastor Reuel Albuquerque da Silva, que lidera há 7 anos a Igreja Batista Nazareth, na capital baiana. E essa não foi a primeira vez que ele abençoou um casal gay, pois já o tinha feito em 2017, numa outra cerimônia em Vitória da Conquista.
Os noivos são Willian Veloso e Fagner Moreira, que contaram um pouco de suas trajetórias até o altar.
Willian é servidor do Tribunal de Justiça da Bahia, e é evangélico há 11 anos, depois de converter-se do catolicismo. Mas o início, lembra ele, não foi fácil.
“Permaneci [na primeira igreja evangélica] por três anos. Precisei sair por conta da pressão da diretoria da igreja em ter que me casar (até arrumaram uma esposa pra mim), mas com o tempo entendi que não ali não estava sendo eu”, lembra.
Fagner, que é católico, decidiu com o marido que a cerimônia poderia ser celebrada por um pastor evangélico, e escolheram Reuel pelo fato de já conhecerem o pastor, e perceberem que ele tem uma visão mais progressista sobre o tema do casamento gay.
“Celebrar o nosso amor é muito importante nas nossas vidas. Sou católico, fui criado no catolicismo, mas infelizmente a igreja católica ainda não celebra união homoafetiva. Como tanto eu quanto meu marido temos muita fé em Deus, e ele foi evangélico, inclusive da igreja Batista, queríamos muito uma benção religiosa, queríamos muito a benção de Deus em nossa união. Achei mais que justo que fosse celebrado por um pastor”, afirmou.
O pastor Reuel disse não temer as críticas, e afirmou que todas as escrituras devem ser interpretadas sob a ótica do amor, para que se possa compreender a magnitude de um casamento gay.
“O conservadorismo está aí. É preciso disputar as narrativas que por muito tempo serviram como mecanismo de opressão. O Evangelho de Cristo é escandalizador, tem como base fundamental o amor. Portanto, o amor é o instrumento hermenêutico para qualquer leitura bíblica. Nesta lógica, o amor é subversivo, desconfigura a lógica posta”, esclareceu.
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