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Trisal evangélico planeja registrar filho com nomes do pai e das ‘duas mães’
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3 anos atrásem
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RedaçãoPriscila Machado e Marcel Mira estavam juntos há 16 anos quando conheceram a assistente social Regiane Gabarra, e juntos decidiram formar um trisal. À espera de um bebê, eles planejam registrar o filho com nomes do pai e das duas mães.
O trisal é de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Priscila e Marcel são evangélicos, se casaram numa igreja evangélica, e com filhos quando conheceram Regiane. As duas mulheres começaram a trabalhar juntas e aos poucos manifestaram interesse entre elas.
“Cresci em um lar cristão, então não explorei a minha sexualidade. Achei que era isso e pedi que no nosso aniversário de casamento eu e meu marido fizéssemos sexo a três, com uma mulher a mais. A ideia ali era acabar com essa ‘curiosidade’, mas não foi bem assim”, disse Priscila à TV Vanguarda.
Ela conta que tempo depois ela se envolveu com uma amiga e no mesmo dia, o casal teve um relacionamento a três. “A gente passou alguns meses ficando juntos nós três, tentando evitar. Até que eu cheguei em meu marido e disse que amava ele, mas que estava apaixonada por ela”, disse ela.
“No mesmo momento, ele disse que sim e ela nos confessou que também queria manter o relacionamento com os dois. Foi quando começamos nossa família”, conta Priscila.
Regiane relata que tinha um relacionamento padrão antes de formar o trisal. Chegou a ser casada por oito anos com um homem, mas estava divorciada quando conheceu o casal. “Eu achava aquele sentimento diferente e foi difícil aceitar para as pessoas o que eu estava vivendo: um amor por duas pessoas”, disse ela. “Depois, aprendi que é possível amar os dois, assim como amamos dois irmãos, dois filhos. O coração tem espaço”, diz.
Eles passaram a morar juntos e já estão há três anos e meio anos juntos. Os filhos de Priscila e Marcel aceitaram a nova mãe. Eles contam que dormem na mesma cama e tem algumas regras, como as duas não manterem relações com Marcel em separado.
“Somos uma família, fora do padrão, mas cercada de respeito. O que a gente faz é se permitir ser livre para amar, não queremos forçar pessoas a decidirem por isso. As pessoas às vezes são duras”, conta.
O trisal, então, decidiu ter um filho por meio da Regiane, que ainda não era mãe. Para isso, Priscila e Marcel se divorciaram e ele fez uma inseminação artificial – ele já havia feito vasectomia antes de conhecer a nova parceira.
Pierre, que nasce até o fim de abril, tem um pai e duas mães. Os três acompanham o passo a passo da gestão, com ensaios, chá de bebê e presença nas consultas.
Segundo o g1, a lei brasileira não reconhece o relacionamento a três e não teria como registrar a criança com duas mães. No caso deles, após o nascimento, eles vão acionar a Justiça pedindo o reconhecimento de responsabilidade socioafetiva, que faria com que Priscila também constasse como responsável pela criança.
O processo é geralmente feito após os 12 anos, quando a família prova o envolvimento da pessoa que faz o pedido e a criança aceita a responsabilidade afetiva perante a justiça. No caso do bebê, eles teriam que pedir que a justiça antecipasse o reconhecimento.
“A gente quer garantir que nosso filho tenha os pais que ele de fato tem, não queremos ofender ninguém”, diz Regiane.
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