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Origem do Hamas na Bíblia: Entendendo o conflito atual à luz da história bíblica

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Hamas e raízes bíblicas: Entendendo as tensões históricas - Foto: ANADOLU AGENCY

O Oriente Médio tem sido um ponto focal de tensões e conflitos por milênios. Hoje, um dos embates mais visíveis e contínuos é entre Israel e o Hamas, um grupo fundamentalista islâmico fundado em 1987. Mas, para compreendermos as raízes mais profundas das tensões existentes, podemos olhar para os antigos textos bíblicos.

O HAMAS E SUA DUALIDADE CONTEMPORÂNEA

Antes de nos aprofundarmos nas escrituras, é crucial esclarecer quem é o Hamas no cenário atual. O Hamas é uma organização com duas facetas distintas. Por um lado, possui um Braço Militar, responsável por ataques contra Israel, classificado por várias nações, incluindo Israel e os Estados Unidos, como uma entidade terrorista.

O recente conflito entre Israel e o Hamas, que começou inesperadamente no último sábado (07/10), já causou várias mortes e deixou milhares de feridos, agravando ainda mais as cicatrizes de uma disputa territorial que já dura mais de 70 anos.

O braço armado do Hamas, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza — Foto: Getty Images/Via BBC

AS RAÍZES BÍBLICAS DAS TENSÕES

O livro de Gênesis, que inicia o cânon bíblico, revela histórias que moldaram profundamente a identidade de diversos povos, incluindo judeus e árabes. A figura central desta narrativa é Abraão, que teve dois filhos de destaque: Isaque e Ismael.

Isaque, nascido do casamento de Abraão com Sara, ocupa um lugar especial na tradição judaica, sendo considerado o patriarca da linhagem dos israelitas. É enfatizada a promessa divina feita a Abraão: “Eis que a minha aliança é contigo; serás o pai de uma multidão de nações” (Gênesis 17:4) e, em seguida, especificando que esta aliança será estabelecida através de Isaque (Gênesis 17:19).

Ismael, por sua vez, nasceu de uma relação entre Abraão e Agar, a serva egípcia de Sara. A tradição o considera o ancestral dos árabes. Embora a aliança divina tenha sido estabelecida através de Isaque, Ismael não foi esquecido por Deus. A Bíblia descreve como Deus ouviu o sofrimento de Agar e lhe fez uma promessa: “E o anjo do SENHOR lhe disse: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será” (Gênesis 16:10). Esta promessa se solidifica no nascimento de Ismael, cujo nome significa “Deus ouve”, refletindo a afirmação do anjo: “chamarás o seu nome Ismael, porque o SENHOR ouviu a tua aflição” (Gênesis 16:11).

A menção à história de Isaque e Ismael é frequentemente usada para ilustrar as origens históricas e culturais das tensões entre seus supostos descendentes: israelitas (judeus) e árabes. Isso não significa que o Hamas seja diretamente ligado a Ismael ou qualquer outra figura bíblica. Em vez disso, a história serve para destacar a complexidade e a profundidade das relações entre os dois grupos.

Então, para ser claro: enquanto a narrativa de Isaque e Ismael pode ser usada para fornecer um contexto histórico e cultural para a região e seus conflitos, não se deve fazer uma ligação direta entre essa história e a formação ou ações do Hamas.

Ao analisar a questão do Hamas e suas relações com Israel à luz da Bíblia, é essencial distinguir entre as complexidades do mundo moderno e as narrativas históricas. O Hamas, como organização, não tem suas raízes na Bíblia. No entanto, o cenário bíblico fornece um contexto para entender as profundas tensões religiosas e culturais que permeiam o Oriente Médio até hoje.

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