Em meio a um tumulto de acusações, o pastor Péricles Cardoso de Melo, que liderava uma congregação da Assembleia de Deus no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, enfrenta alegações de ter aplicado golpes que somam até R$ 3 milhões nos fiéis da sua igreja. O caso, que envolve não apenas o pastor, mas também sua esposa, Vânia Francisco de Macedo Melo, ganhou destaque após um vídeo de defesa do religioso ser exibido na TV Arapuan.
“A gente ficou sabendo sexta-feira pelo advogado que tem uma ordem de prisão contra mim e contra Vânia (esposa). Fiquei decepcionado, porque Vânia nunca pediu nada a ninguém, nunca foi na casa de ninguém pegar cartão nem dinheiro”, afirmou ele.
Ele se defende também ao dizer que sempre quitou as dívidas que contraiu usando os cartões de crédito dos fiéis.
Em relação às alegações contra ele, o pastor declarou: “Eu não fugi e não sou ladrão. Estou bem perto. Ele vai abrir ação contra você que deu queixa contra mim. A verdade vai ser dita. Eu vou dizer tudo, quem me subornou, quem ficou fazendo pressão psicológica em mim.”
Segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), que solicitou à Justiça a prisão preventiva do pastor e de sua esposa no dia 5 de setembro, as investigações revelaram que cerca de 30 pessoas podem ter sido vítimas desse esquema. De acordo com os relatos, o pastor se aproveitava da confiança dos congregados, solicitando auxílio financeiro supostamente para a compra e reforma de uma casa para a igreja, mas acabava utilizando esse dinheiro e os cartões de crédito dos fiéis para fins pessoais.
O pastor é descrito por suas vítimas como alguém “muito bondoso”, que aparentemente ajudava os fiéis financeiramente com o dinheiro arrecadado para a igreja. Desde julho, após o início das investigações, o paradeiro de Péricles é incerto.
Em um comunicado, a Igreja Assembleia de Deus informou que, após tomar conhecimento das acusações, instaurou um procedimento disciplinar contra o pastor Péricles, resultando em seu afastamento das funções eclesiásticas em 14 de julho.
Por enquanto, os pedidos de prisão e busca e apreensão feitos pelo MPPB ainda aguardam julgamento. A promotora Gláucia Xavier, responsável pelo pedido, baseia as acusações em crimes de apropriação indébita e estelionato.
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Brasil e Mundo5 dias atrás
