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Padre é afastado e deve fazer terapia após assumir namoro com mulher no PI

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O padre Alcindo Saraiva Martins, da Diocese de Campo Maior, porém lotado na igreja de Nossa Senhora de Nazaré, no município de mesmo nome, a 82 quilômetros de Teresina, passou um mês e 18 dias afastado de todas as suas atribuições como sacerdote da Igreja Católica no Piauí. Isso após assumir perante o bispo Dom Francisco de Assis que namorou uma mulher de 24 anos. Segundo ela, o namoro durou pelo menos um ano, entre julho de 2019 e julho de 2020. As informações são do Piauí Hoje.

Em denúncia a um portal de notícias de Campo Maior, a mulher, que não teve o nome revelado, afirmou ter engravidado e ser induzida ao aborto pelo padre. Já em nota divulgada neste sábado (24) pela Diocese da região, o setor diocesano de comunicação informa que a moça entregou ao bispo uma carta escrita a próprio punho afirmando que nunca esteve grávida e que, portanto, nunca houve aborto. No entanto, o conteúdo da carta não foi trazido a público.

“Na carta, ela ainda afirma ter usado a gravidez como argumento para continuar mantendo uma relação com o sacerdote”, diz trecho da nota (divulgada na íntegra ao final desta reportagem).

A mulher e padre iniciaram o relacionamento quando Alcindo acabara de assumir a igreja de Nossa Senhora de Nazaré. Ela fazia parte do coral da paróquia. O caso começou quando o sacerdote comentou uma foto publicada por ela como status em uma de suas redes sociais. A partir dali, o padre passou a curtir e comentar as fotos da jovem com constância.

Ela o questionou sobre o fato, porém Alcindo teria dito que não sabia o motivo de tanta dedicação. Eles seguiram conversando até que o padre revelou estar apaixonado.

Em decreto publicado em agosto, Alcindo teve o uso de ordens suspenso em todo o território da diocese, ou seja, não pôde celebrar celebrar missas, ministrar sacramentos, entre outras funções.

Entre as demais sanções imputadas ao sacerdote, ele teve de apresentar um programa pessoal de acompanhamento terapêutico sob o enfoque da psicoterapia do equilíbrio emocional; perda da função de padre referencial para o Setor Juvenil da diocese; perda da função de instrutor de disciplina acadêmica no Seminário Propedêutico Diocesano; suspensão temporária do ofício diocesano de Chanceler; obrigação de apresentar carta ao Ordinário (com máximo 25 linhas) para manifestar livre vontade de emenda e para reparar o prejuízo à igreja paroquial e também foi obrigado a permanecer sob silêncio com relação ao caso.

O padre Alcindo retomou as atividades, com restrições, a partir do dia 1 de outubro, quando lhe foi autorizado o uso de ordens apenas no território da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré. Ele também precisou se comprometer a assinar um termo no qual rompia relações “com pessoas e fatos que provocaram vergonha e escândalo aos fiéis católicos desta Igreja Diocesana”.

O que diz a igreja:

“A Diocese de Campo Maior, tendo em vista os fatos divulgados na mídia e que envolvem a pessoa do Padre Alcindo Saraiva Martins, incardinado nesta diocese, presta os seguintes esclarecimentos:

Em meados de julho deste ano, Dom Francisco de Assis, bispo diocesano, recebeu a jovem na Cúria Diocesana. Ela alegava ter possuído um relacionamento com o sacerdote e que estaria grávida. O senhor bispo então pediu que ela apresentasse provas do que havia denunciado.

Em uma conversa posterior com o sacerdote, ele não nega o envolvimento, porém contestou a tese de gravidez e aborto.

Dias depois, a jovem entregou ao bispo diocesano uma carta escrita e assinada por ela, afirmando que nunca esteve grávida, e que, consequentemente, não houve aborto. Na carta, ela ainda afirma ter usado a gravidez como argumento para continuar mantendo uma relação com o sacerdote.

No dia 12 de agosto de 2020, considerando as graves denúncias, o atentado ao sexto mandamento e que não houve atentado à vida, o bispo diocesano determinou por meio de decreto a suspensão das funções do sacerdote como pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, ficando ele proibido do uso de ordens em todo o território diocesano. O decreto ainda determinou a obrigação do padre em realizar um tirocínio espiritual extra muro de pelo menos 15 dias, a apresentação do seu cronograma de acompanhamento terapêutico sob o enfoque da psicoterapia do equilíbrio emocional, a perda de suas funções como padre referencial para o Setor Juvenil da diocese, a perda da função de instrutor de disciplina acadêmica no Seminário Propedêutico Diocesano, a suspensão do ofício de chanceler, e que ficasse proibido de falar sobre o assunto.

Em novo decreto publicado no dia 18 de setembro, Dom Francisco decidiu pela permanência de sua desvinculação de qualquer atividade pastoral e assessorias local ou regional, ficando ele ainda proibido de assistir ou ministrar sacramentos, participar de lives nas redes sociais, e a permanecer em silêncio público sobre o fato, bem como assumir a inteira culpa pelo desgaste a Igreja e às pessoas de boa fé. Foi-lhe autorizado o uso de ordens apenas no território da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré após o dia 1 de outubro e estabelecido a assinatura de um termo se comprometendo a realizar a ruptura com pessoas e fatos que provocaram vergonha e escândalo aos fiéis católicos desta Igreja Diocesana.

Conclama o bispo de Campo Maior à oração e penitência e reafirma o posicionamento desta diocese em defesa da vida. Voltemos o nosso olhar para Deus, que ao mesmo tempo é Justiça e Misericórdia.

Campo Maior, 24 de Outubro de 2020

Setor Diocesano de Comunicação”

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