Na tarde da última quinta-feira (21/09), o pastor Osório José Lopes Júnior, envolvido em um escândalo de fraudes financeiras que lesaram mais de 50 mil pessoas, foi detido no sul do Tocantins, especificamente na cidade de Sucupira. O esquema prometia um retorno financeiro exorbitante, da ordem de um ‘octilhão’ de reais. O caso é conduzido pela Polícia Civil do Distrito Federal, que já estava no encalço do pastor.
O pastor foi localizado por volta das 17h15 em um rancho na zona rural, sendo posteriormente encaminhado à Delegacia de Gurupi para prestar esclarecimentos. Sua defesa mencionou que ainda não obteve acesso aos documentos relacionados ao caso.
Após os procedimentos legais na delegacia, Osório José foi transferido para a Unidade Penal Regional de Gurupi, onde agora se encontra à disposição da Justiça do Distrito Federal. A Polícia Civil do DF foi informada sobre a prisão e deve solicitar a transferência do investigado em breve.
Na mesma quinta-feira, Maria Aparecida Gomes Barbosa, 63 anos, também pastora e suspeita de participação no esquema, foi presa em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, na residência de sua filha.
A operação, que foi deflagrada na manhã de quarta-feira (20), revelou um círculo de fraudes que se estendia tanto em território nacional quanto no exterior, movimentando cerca de R$ 156 milhões ao longo de cinco anos, por meio de 40 empresas fictícias e mais de 800 contas bancárias suspeitas.
A investigação revelou que os fraudadores, incluindo numerosos pastores entre seus 200 integrantes, baseavam-se numa teoria conspiratória chamada “Nesara Gesara” para convencer as vítimas a investirem suas economias em operações financeiras fictícias ou projetos humanitários inexistentes, sob a promessa de recompensas divinas.
A Polícia Civil do DF executou dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em diversos estados, visando desmantelar o esquema.
Osório José já havia sido acusado de enganar fiéis em Goianésia, Goiás, e outras regiões do país em 2018. Em um dos golpes, ele e um colega pastor alegavam ter ganho um título de R$ 1 bilhão, mas precisavam de fundos para resgatá-lo. Ele já havia sido preso anteriormente por este caso, mas estava respondendo em liberdade, tendo se mudado para São Paulo.
A defesa do pastor, em nota, afirma que ele não tem relação com as investigações e que estava em lua de mel, desconhecendo o mandado de prisão em seu nome. O pastor foi encontrado e detido sem resistência por agentes da 8ª Divisão de Combate ao Crime Organizado do Tocantins, em um rancho supostamente pertencente à sua família.
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Brasil e Mundo6 dias atrás
